Quadrinhos são para crianças?

O Superman Bi só é polêmico pra quem não entende de quadrinhos.

E sobre isso, não quero dizer que concorde, ou que deva ser assim mesmo, mas que se engana quem pensa que os quadrinhos de heróis são feitos para crianças. Se a notícia de um superman bissexual nos quadrinhos te alarmou, sinto te informar que você estava até agora com os olhos vendados e chegou nessa luta uns 40 anos atrasado.

 

Como os pais se deixam enganar

Faz muito tempo que as histórias em quadrinhos não se resumem a herói contra vilão e bem contra o mal, num mundinho de faz de conta simplório como a maioria dos pais costuma imaginar. E com muito tempo, quero dizer, desde que me entendo por gente.

Não se deixe enganar: Personagens como o Deadpool são +18 e isso é muito claro.

Nos anos 90, quando minha mãe comprava, inocentemente, revistas dos X-men pra mim, eu ficava abismado em como eu podia ler aquele conteúdo tão tranquilamente, sem supervisão. Não era nada pornográfico, lógico, mas as histórias sempre foram muito densas, sem economizar nos palavrões, insinuações e violência.

A sexualidade estava abordada ali de várias formas, mas os adultos achavam os quadrinhos uma besteira de criança e nunca os liam, ao contrário, compravam mais gibis para seus filhos. Me lembro de ver um aluno de uns 6 ou 7 anos aparecer na sala com uma revista do Deadpool, feliz da vida, e pensar: “a mãe dele não faz a menor ideia do que tem ali dentro.”

 

 

Os filmes de herói escondem a verdade

Batman Eternamente – a idiotização em forma de filme.

É importante mencionar que os filmes sempre infantilizaram os personagens, deixando aos desavisados essa impressão de que todas as histórias deles seriam bobinhas. Posso citar aqui os filmes do Batman (pelo menos antes da trilogia do Christopher Nolan), do superman, homem-aranha e x-men, por serem os mais conhecidos. O próprio Universo Cinemático Marvel é adaptado para que as crianças possam ir ao cinema e depois comprar produtos e brinquedos. MAS:

Todos esses filmes mostram uma visão muito rasa e fraca do que os personagens realmente são. E, apesar de ser muito legal ver cenas de ação cheias de efeitos especiais, eles não representam quase nada do que você pode encontrar nos quadrinhos.

Aquela máxima: O livro é sempre melhor que o filme, também se aplica aqui. As histórias são bem melhores nos quadrinhos, mas também muito mais pesadas.

 

O BOM: Vantagens literárias e artísticas dos quadrinhos

Essa densidade de conteúdo não é necessariamente um mal – não do ponto de vista literário – essa tal carga mais pesada nos quadrinhos de certa forma enriquece suas histórias. Isso mesmo: há quadrinhos tão bons ou até melhores que muitos romances por aí. A questão aqui é: não é só porque eles tem desenhos que são para crianças. Nunca foram, inclusive. Para ilustrar isso, a graphic novel WATCHMEN consta na lista da Times entre os 100 melhores livros de todos os tempos. Com cenas de sexo, violência e tudo mais.

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Outros títulos como “Batman: O cavaleiro das Trevas” e “X-men: Deus ama, o homem mata”, configuram entre as melhores obras já publicadas, que eu recomendo enormemente para os adultos.

Outra vantagem que não podemos ignorar é a própria arte gráfica. Não são só “deseinhos”. Há ilustrações lindíssimas que requerem um talento invejável, difícil de se comparar nos outros setores artísticos hoje em dia. A qualidade técnica e a presença do belo são necessárias nos quadrinhos. Não dá pra simplesmente “meter um pancadão” e fazer sucesso como em áreas da música, por exemplo.

Veja abaixo um exemplo da maravilhosa arte de Alex Ross, considerado um dos melhores desenhistas da atualidade:

Então, não odeie as histórias em quadrinhos por tentar “perverter” seus filhos. Apenas filtre melhor o que está dando para eles lerem e pare de julgar algo como infantil simplesmente por conter desenhos.

O que tem para as crianças:

Há versões dos quadrinhos de heróis voltadas para as crianças.

Lembrando que: a maioria das revistas têm a classificação indicativa na capa, então, é melhor começar a levar isso em conta. Há versões das revistas de heróis voltadas para um público mais infantil, mas, eu aconselho você a ler antes da criança mesmo assim.

Veja que nem algo obviamente infantil, como a Turma da Mônica, está a salvo das polêmicas:

Eita!

E, a partir daqui, entramos no problema real:

 

O RUIM: Ataques ideológicos

O grande problema aqui não é só a densidade das histórias, a classificação indicativa ou a inclusão LGBT em si, mas o verdadeiro ataque ideológico. Você não pode ter opinião própria ou um discurso fora do progressismo ou será taxado como criminoso.

O Brasileiro Joe Benett foi perseguido e cortado da Marvel por pensar diferente.

Isso aconteceu dentro da própria Marvel nos últimos dias, quando o desenhista brasileiro Joe Benett começou a ser atacado por seus companheiros de casa por seu pensamento conservador e acabou sendo cortado da empresa. Vale a pena ler a entrevista dele para o jornal BSM aqui:

 

Depois disso, o jogador de vôlei Maurício Souza (não confundir com o De Souza, por favor) teve sua carreira no esporte cancelada por opinar sobre o Superman bissexual na internet.

A frase super ofensiva que ele escreveu foi: “É só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar…” e isso foi suficiente para gerar uma onda de ódio que acabou com sua carreira.

Podemos prever mais cancelamentos e ataques de ódio caso alguém manifeste opinião contrária ao personagem LGBT na turma da mônica posteriormente, mesmo que fizer isso de forma educada.

 

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Quadrinhos conservadores

Se você quiser dar preferência para quadrinhos assumidamente conservadores, existem ótimas opções, isso não significa que sejam para crianças, mas é bom ver um conteúdo de qualidade nessa área que fuja da onda progressista.

Existem sim opções de quadrinhos conservadores, dentro e fora do Brasil.A melhor delas, atualmente é a editora Super Prumo, com publicações nacionais originais e também quadrinhos americanos voltados ao público conservador, publicando por aqui as histórias da editora Arkhaven Comics.

Arkhaven Comics é uma das maiores editoras de quadrinhos conservadores internacionais.

 

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BÔNUS:

O Papa já foi um herói da Marvel

Em um passado não muito distante, o dinheiro dos católicos falou mais alto que a lacração e a Marvel publicou um quadrinho do Papa João Paulo II. A história é difícil de encontrar hoje, mas não pense que é mais uma daquelas distorções horrendas que fazem quando vão falar sobre a Igreja. O quadrinho é bem fiel, teve acompanhamento da diocese local e a equipe foi formada por católicos que trabalhavam na Marvel, resultando num material muito interessante.